30.6.02


É PENTAAAAA!

26.6.02

Faz tempo que não blogo. Estive ocupada tentando decidir se vou para a Bahia, para a África do Sul ou para lugar nenhum. E também não tenho muito para dizer, só que estou com um puta resfriado e morrendo de frio nesta cidade louca.

Mas... criei um álbum no iTools com fotos do amor da minha vida. Quer ver?

23.6.02

Falta de tempo e inspiração para escrever é fogo. Mas já que é preciso, vou enrolar um pouco contando que assinei a rádio paga do MusicMatch.com, e ando ouvindo todas as músicas dos anos 80 que eu tanto amo. E, como sempre, conectando as letras ao momento romântico que vivo. Sorry, mas é muita coisa que tenho a dizer, e ninguém para ouvir.

Trouble Me - 10.000 Maniacs

Trouble me, disturb me with all your cares and you worries. Trouble me on the days when you feel spent. Why let your shoulders bend underneath this burden when my back is sturdy and strong? Trouble me.

Speak to me, don't mislead me, the calm I feel means a storm is swelling; there's no telling where it starts or how it ends. Speak to me, why are you building this thick brick wall to defend me when your silence is my greatest fear? Why let your shoulders bend underneath this burden when my back is sturdy and strong? Speak to me.

Let me have a look inside these eyes while I'm learning. Please don't hide them just because of tears. Let me send you off to sleep with a "There, there, now stop your turning and tossing." Let me know where the hurt is and how to heal.

Spare me? Don't spare me anything troubling. Trouble me, disturb me with all your cares and you worries. Speak to me and let our words build a shelter from the storm. Lastly, let me know what I can mend. There's more, honestly, than my sweet friend, you can see. Trust is what I'm offering if you trouble me.

20.6.02

Dedico esta música ao meu amor platônico:

DON'T GET ME WRONG - The Pretenders

Don't get me wrong
If I'm looking kind of dazzled
I see neon lights
Whenever you walk by

Don't get me wrong
If you say "hello" and I take a ride
Upon a sea where a mystic moon
Is playing havoc in the tide
Don't get me wrong

Don`t get me wrong
If I'm acting so distracted
I'm thinking about the fireworks
That go off when you smile

Don't get me wrong
If I split like light refracted
I'm only off to wander
Across a moonlit mile

Once in a while
Two people meet
Seemingly for no reason
They just pass on the street
Suddenly thunder, showers everywhere
Who can explain the thunder and the rain
But there's something in the air

Don't get me wrong
If I come and go like fashion
I might be great tomorrow
But hopeless yesterday

Don't get me wrong
If I fall in the 'mode of passion'
It might be unbelievable
But let's not say so long
It might just be fantastic
Don't get me wrong

Mac Ryan

Já estou me entendendo super bem com o meu IBook. Não que eu tenha conseguido fazer o tal do "Entourage" funcionar com o meu Hotmail -- aliás, se alguém souber, me mande um e-mail, please. Mas de resto vai tudo bem, até MP3 já estou conseguindo baixar.

Hoje na MSN tem um especial sobre a Meg Ryan. Dizia lá que o segredo da longevidade da carreira da moça é o seu bom humor e a sua naturalidade. Já eu acho que o segredo é que ela sempre escolhe os roteiros com a única personagem que sabe fazer, a moça de bom caráter, meio infantil e "atrapalhada emocionalmente", como bem disse a Isabela na Veja. Já não tenho paciência, e me comprometo neste momento a nunca mais ver um filme da criatura.

18.6.02

Jeezus, virei uma Mac person. Ainda não estou me entendendo com o meu lindo IBook, mas eu chego lá. :)

17.6.02

A figura fantasmagórica de "O Grito" foi um dos motifs mais utilizados por Munch. Descobri que a variação que eu tentei copiar de cabeça é a que vi em Vienna, na Österreichische Galerie, e não a mais conhecida. E, interessante, Munch escreveu vários pequenos textos associados a esta série de pinturas. Aí vai um deles:

I was walking along a path with two friends - the sun was setting - suddenly the sky turned blood red - I paused, feeling exhausted, and leaned on the fence - there was blood and tongues of fire above the blue-black fjord and the city - my friends walked on, and I stood there trembling with anxiety - and I sensed an infinite scream passing through nature.

Acabei de pintar meu primeiro quadro, uma versão tosca, infantil e muito colorida de "O Grito". Como o solvente deu onda, estou achando lindo. :)

16.6.02

Que ninguém vista a carapuça ou leve para o lado errado... mas preciso confessar que os homens estão me deixando cansada.

I'm back. É difícil blogar quando não se está no melhor dos humores.

Estou bem chateada com a história do carro. Não pelo carro, mas pela sensação de impotência e vulnerabilidade. De um lado os bandidos desdentados, do outro os os bandidos burocratas da seguradora. Para pegar o carro reserva, tive que dar uns oito telefonemas:

- Já mandamos o fax.
- Não recebemos o fax.
- Mas o fax foi enviado!
- Ainda não recebemos nada.
- E o fax?
- Ah, mas o pedido ainda não foi feito. Vou passar o fax agora.
- Mas como??? Por três vezes me garantiram que a porra do fax tinha sido enviada!

Resultado, estou com um Fiesta preto 'básico no úrtimo', mas que ao menos servirá para me levar a São Paulo amanhã, para encontrar com as minhas amadas amigas e com o gatchuco, único representante do sexo masculino que merece todo o meu amor e devoção atualmente.

13.6.02

Bangu 1, Karina 0

Meu carro foi encontrado em Bangu, no estacionamento do supermercado Guanabara. Com a porta amassada, sem rádio, sem relógio, sem ar condicionado (todo o sistema de ar condicionado, inclusive os controles do painel!), sem as rodas, sem estepe, sem gasolina. E ter vindo ao Rio para passar mais tempo dentro de delegacia do que na praia está me deixando de muito mau humor. :(

12.6.02

The Bad

Bem, mais cedo ou mais tarde isso acaba acontecendo com todo mundo. Hoje meu querido Palio preto, aquele que reluzia quando lavado a cada seis meses, foi roubado. Deixei-o em uma rua do Flamengo, e quando voltei não estava mais lá. Senti-me como uma personagem de um curta-metragem insólito, olhando para os lados, andando da esquerda para a direita procurando pelo carro, como se ele tivesse mudado de vaga por vontade própria. Depois de dois minutos de catatonia, acordei e fiz tudo o que tinha que fazer -- BO, acionar o seguro, etc. No fim do dia, já estava rindo dessa história com os meus amigos pelo telefone, até que o meu pai disse que eu parecia muito feliz para quem tinha acabado de perder um carro. A vida pode ser bastante complicada...

The Good

Ahá, quando cheguei da delegacia tinha um e-mail supercordial da tal da ONG da África do Sul, dizendo que me querem, me querem, me querem. Já entraram até em contato com o jornal local, que disse ter interesse em comprar textos meus durante o período do voluntariado, o que vai me dar grana para comprar lembrancinhas para a família. A vida é assim, lhe tira um Palio e lhe dá uma temporada na selva...

The Odd

Aaaaaaaaah! Quinze minutos de Animal Planet podem fazer você se achar a pessoa mais ignorante do mundo. Aprendi hoje que o tubarão-touro-fêmea (seria o tubarão-vaca?) gera quatro ou cinco embriões, e que eles disputam comida e se devoram uns aos outros durante a gestação, até que sobra apenas um para ser 'dado à luz'. A vida (do tubarão-touro/vaca) é realmente muito, muito esquisita...

A Paulinha -- também conhecida como o amor da minha vida, aquela por quem dou minha vida, a do cachorro, a do papagaio -- decidiu aproveitar o Dia dos Namorados para escrever uma ode a nós, mulheres, com ou sem namorado. Como ela pediu, e sendo ela linda, maravilhosa, fantástica, entram neste blog as suas idéias e a sua poesia. You go, girl!!

Ah, e os meus parabéns a todos os casais -- gente que se encontrou na vida e que de uma forma ou de outra conseguiu se entender. :)

"Estava pensando nesse Dia dos Namorados... tantas mulheres solteiras, tantas mulheres em busca de alguém especial, um príncipe, um cavalheiro... ou um homem rico mesmo.

E o que nós, fêmeas, queremos da vida? Queríamos a liberdade, conseguimos. Queríamos direitos iguais, conseguimos (ou quase).
Mas qual é a nossa funçäo aqui na Terra?
Será que aquela ordem divina, 'crescei e multiplicai-vos', é um recado do Homem lá de cima diretamente pra gente?
'Mulheres, encham seus buchos com crianças e é só isso que vocês têm que fazer por aí!'
'Pôxa, Deus, mas nem uma gozadinha?'
Pois é, foi aí que Eva mordeu a maçä...
E a gente resolveu que gozar era preciso, assim como depilar, fazer as unhas, o cabelo, comprar uma bolsa nova, fazer regime, ser inteligente...
Bom, meninas, eu sinceramente acho que nossa evolução foi fantástica e näo parou por aqui. A era da plástica está só começando...
E os homens? O que aconteceu de bom? Ah, injustiça... muitos deles ajudam em casa, lavam a louça...
Mas eles perceberam nossa evolução.
Sim, porque:
- Estamos competindo no mesmo mercado de trabalho;
- Triplicaram o número de vendas de lavadoras de louça automáticas;
- Já jogamos futebol;
- Já somos comentaristas de futebol;
- Já instalamos o Windows sozinhas (xii, tô devendo essa);
- Já não cozinhamos como antigamente;
- E um trilhäo de motivos mais.

E ainda tem cara que acha que de 'rainha do lar' evoluímos para 'gostosa da cerveja'.
Esse merece MORRER!

Para aqueles outros que ainda penam para entender esse bicho que muda de humor a cada fase da lua,
que ora é super descolada, ora briga por atenção,
faz piadas sujas e adora assistir a 'Uma linda mulher', aí vai:

Sob o signo de Vênus

Toda mulher tem um pouco de Vênus
De sabedoria e de loucura,
De prazer e desprazer.

A mulher tem uma maneira diferente de ver o mundo
Para ela, o explícito e o implícito andam juntos.

Toda mulher gosta de agradar ao homem que ama,
Coloca cheiros e pétalas em seu caminho
Alimenta a boca, os olhos, o membro e o espírito,
A mulher lhe presenteia com a vida.

Toda mulher é jóia rara que precisa ser polida
Se lhe dá a luz, quer o brilho de um sorriso
Um pedestal para ser apreciada.

Toda mulher tem um pouco de Vênus
Quer ser lembrada em todos os momentos,
até nos instantes que lhe pertençam.

E quer que o macho prove,
mesmo que seja com a poeira do momento dito.

Ela quer flor, jóia, perfume,
Um longo beijo, um abraço, um poema.
Ela quer tudo, pois é toda.

E se nada disso existir
Ela não existe
Pois vive de suspiros e provas de amor."

Paula Anselmo

11.6.02

Ganhei um presente de um novo amigo, leitor deste blog. Um presente tão fantástico que merece ser dividido. Obrigada! :)

"But I like the inconveniences."
"We don't," said the Controller. "We prefer to do things comfortably."
"But I don't want comfort. I want God, I want poetry, I want real danger, I want freedom, I want goodness. I want sin."
"In fact," said Mustapha Mond, "you're claiming the right to be unhappy."
"All right then," said the Savage defiantly, "I'm claiming the right to be unhappy."
"Not to mention the right to grow old and ugly and impotent; the right to have syphillis and cancer; the right to have too little to eat; the right to be lousy; the right to live in constant apprehension of what may happen tomorrow; the right to catch typhoid; the right to be tortured by unspeakable pains of every kind." There was a long silence.

"I claim them all," said the Savage at last.
Mustapha Mond shrugged his shoulders. "You're welcome," he said.

Aldous Huxley (1894-1963) Brave New World

Meu, que legal. A Cora Rónai divide duas paixões comigo, Internet e felinos. Tá tudo lá no blog dela. :)

10.6.02

De Lynch a BBB

Mulholland Drive, o filme que é um soco na boca do estômago coletivo, ganhou uma ampla 'explicação' no The Modern Word. Pra quem tem humildade suficiente para aceitar que não entendeu tudo e tiver paciência para ler um texto de umas 15 páginas no monitor, é uma boa pedida. O crítico tem observações interessantes, mas ainda acho que a 'história linear', como ele chama, pode ter leituras diferentes. A única certeza que eu tenho é de que preciso ver o filme de novo.

Mudando de assunto, mais uma vez a TV brasileira consegue me deixar extremamente constrangida. A cena em que o Jeferson e a Tar-ci-achando transam no BBB2 foi de dar nojo. Nem tanto por estarem ali à vista, ao lado dos outros alienados que dormiam o sono dos justos (será?), já que isso acontece em qualquer tribo do mundo e em qualquer casa de boa família que tenha um só cômodo. Mas sim pelo fato de terem esquecido de que milhões de globespectadores seriam obrigados a ver a bunda do Jeferson ir pra frente e pra trás sob a droga do edredom e, pior, ouvir a Taciana contando depois para o Brasil inteiro que não usaram camisinha e que fez o cara gozar fora. As pessoas perderam a vergonha, o 'senso de noção', o juízo, a civilidade, tudo ao mesmo tempo e viraram bichos de vez, encarcerados nestes zoológicos campeões de audiência.

Acabo de me lembrar da minha vó, que quando tinha beijo na novela e as crianças estavam na sala, ficava incomodada. Ah, se ela soubesse...


Ai, pois é... Cansei de bobagens. Volto a ser a pessoa cínica-barra-cética de sempre, depois de uma catástrofe familiar. Aliás, a partir do momento em que sua família não serve nem para amigáveis almoços de domingo, é porque tudo está mesmo perdido.

9.6.02

De Borges, Fervor de Buenos Aires. Como pode uma cidade provocar tamanha paixão e saudade? O autor escreveu estes versos para Buenos Aires, eu aqui os transcrevo por outras razões.

Despedida

Entre o meu amor e eu hão de levantar-se
trezentas noites como trezentas paredes
e o mar será magia entre nós.

Não haverá senão recordações
Ó tardes merecidas pela pena,
noites esperançadas de olhar-te,
campos de meu caminho, firmamento
que estou vendo e perdendo...
Definitiva como um mármore
entristecerá tua ausência outras tardes.

E um trecho de Ausência

Em que ribanceira esconderei minha alma
para que não veja tua ausência
que como um sol terrível, sem ocaso,
brilha definitiva e desapiedada?
Tua ausência me rodeia
como a corda à garganta.
O mar no qual se afunda.

8.6.02

7.6.02

Ah... amanhã, depois do jogo dos meninos do Luiz Felipe, eu, Borges e Marlboro vamos para o Grumari. Passar o dia.

A viagem de carro com o meu pai, para o Rio, foi divertidíssima. Ouvimos o "Menino da Porteira" três vezes, cantando aos berros. Nas partes mais tristes da música, a gente tinha que cantar baixinho para não dar bandeira que estávamos quase soluçando, hahahah.

Aliás, descobri que as músicas da Adriana Calcanhotto se encaixam perfeitamente no meu atual estado de espírito:

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será que você está
Agora?


ou

Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem


Caramba, eu ando MUITO chata. Vou iniciar já uma campanha de boicote a esse blog! :)

6.6.02

Estes meus amigos não batem bem... :)

PS. Os nomes foram alterados para proteger o vínculo empregatício dos personagens envolvidos.

Hahahahah! Do Despair.com, dica do Lu.






Para uma versão do I Ching (Borges)

Nosso futuro é tão irrevogável
Quanto o rígido ontem. Não há nada
Que não seja uma letra calada
Da eterna escritura indecifrável
Cujo livro é o tempo. Quem se demora
Longe de casa já voltou. A vida
É a senda futura e percorrida.
Nada nos diz adeus. Nada vai embora.
Não te rendas. A masmorra é escura,
A firme trama é de incessante ferro,
Porém em algum canto de teu encerro
Pode haver um descuido, a rachadura.
O caminho é fatal como a seta,
Mas Deus está à espreita entre a greta.

2.6.02

Todo mundo, repito, TODO MUNDO, precisa ler e reler este conto do Machado, até que a visão se esvaia e os olhos virem comida para os vermes. :)

A Igreja do Diabo

Estou tão boba ultimamente que ando vendo "mensagens de vida" até em comercial da Marabraz. Assisti a 'The Beach' esses dias, e aquela história de universo paralelo me fez lembrar de uns poemitos bárbaros do gaúcho Paulo Sérgio Rosa Guedes. Adoro poemas curtos, bem no estilo das chamadas do AOL Hoje. :)

Revisão
É preciso viver
no mundo da lua;
de lá se enxerga melhor
a Terra.

Eus
Eu
se eu pudesse
eu saía
cada um
pr'um lado.

Solidão
É insuportável
sermos tão diferentes
uns dos outros.

1.6.02

'Wonder Boys' é um dos vários filmes aos quais eu assisti e fiquei deprimida por não ter feito parte deles. Por não ter escrito um daqueles diálogos, por não ter escalado o elenco, por não ter nem ao menos servido um cafezinho ao Curtis Hanson. Como 'American Beauty', é um filme que fala das escolhas cômodas -- ou da falta de escolhas -- que fazemos na vida, e sobre um dia, aquele determinado dia, em que se percebe que nada está no lugar certo. Ou que você não reparou nas coisas que já estavam ali, ao seu lado, taken for granted, e gritando "Olhe pra mim, sou eu quem você procura". E é preciso coragem, muita, para se entregar à própria vulnerabilidade e deixar que elas falem com você, que o desafiem.